quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A bolsa, as agências, os especuladores — o panteão

Os homens (ou os governos) agem, tomam as suas resoluções. Depois, como na idade das trevas, ficam à espera da reacção dos deuses.

Por vezes, as resoluções são tomadas com o ânimo de ir ao encontro do humor da divindade — ignorando que a imprevisibilidade e o capricho são da natureza da divindade.

Virgens são ofertadas aos deuses. Alimentos. Riquezas. O que de melhor a comunidade possui — e no entanto a monção sempre ocorre, ou a seca, a tormenta, aquilo que a cada momento a deidade entende servir os seus interesses. Quase sempre impenetráveis ou indiferentes à humana vontade.

Ocasionalmente, os homens gostariam de acreditar em si mesmos, servir-se a si mesmos — mas falta-lhes coragem e saber para enfrentar a ira e a feitiçaria dos sacerdotes.

Periodicamente, civilizações são extintas — os deuses travestem-se, imperturbáveis.